Em Outubro de 2009, passei três semanas em Paris. Para não perder o contato com as amigas, ensaiei um Diário de Bordo que cobriu apenas parte da viagem, mas que foi o suficiente para me lançar numa vertente "literária" até então suspeitada por alguns, mas ignorada por mim. Este blog é uma tentativa de incrementar e concluir o Diário e de disponibilizá-lo para um grupo maior de leitores interessados.

sexta-feira, 5 de março de 2010

5a f., 15/Out/09: Reconhecendo o terreno

Como já disse, estávamos no 7e Arrondissement, entre os Invalides e St. Germain, nos limites do "epicentro" dos acontecimentos que é este último bairro. Para os que conhecem São Paulo, é como se estivéssemos pelos lados da Pe. João Manuel e da Min. Rocha Azevedo, a Leste da Augusta que, nessa comparação, seria o equivalente aos Boulevards St. Germain e Raspail.

Nesse trecho, a Rue de Varenne e suas imediações como a paralela Rue de Grenelle, são muito residenciais e também abrigam vários edifícios oficiais como o já mencionado Hôtel Matignon, vizinho ao apartamento do Carlos. Por conta disso, as ruas são muito bem policiadas, coisa que qualquer brasileiro nota e aprecia...

À medida, porém, que a gente se aproxima da Rue du Bac, vê-se pequenas travessas sem saída cujas construções dão para jardins arborizados e, pouco a pouco, as fachadas imponentes e os altos muros em pedra castanha ou acinzentada dos "hôtels particuliers" dão lugar às cores e ao movimento de um comércio variado e muito transado.

Então, saímos do apartamento do Carlos na Rue de Varenne em direção à Rue du Bac onde viramos à direita em direção a "La Grande Épicerie" (http://www.lagrandeepicerie.fr/#fr-FR/home), a delicatessen em escala de supermercado da loja de departamentos "Le Bon Marché", que fica na esquina com a Rue de Sèvres. Trata-se de um templo da perdição gastronômica, mas cujos produtos comi apenas com os olhos naquele momento, pois estávamos fazendo turismo e o Carlos me arrastou para a próxima atração antes que eu sucumbisse à tentação.

Buscamos a bicicleta do Carlos no conserto ali perto e seguimos no "tour gourmand". Fomos à "Martial" na Rue de Sèvres, famosa por suas dragées (amêndoas confeitadas) e agora incorporada à chocolateria "Jeff de Bruges" (http://www.jeff-de-bruges.com/om/). E havia dragées de todos os tipos, de diferentes espécies de amêndoas, cores e recheios. Até havia uma "Carioca", com chocolate e café. Mas acabou que, em vez de dragées, eu comprei um "atado" de tabletinhos finos de chocolate com diferentes sabores para oferecer às futuras visitas em "meu" apê.


Voltando pela Rue de Grenelle e já do outro lado do Blvd. Raspail, paramos na "Barthélemy" (http://en.momondo.com/blogs/mufoo/archive/2008/08/07/the-best-cheese-shop-in-paris.aspxop-in-paris.aspx) - afffff, a melhor loja de queijos de Paris, segundo alguns, fiquei até tonta com a variedade e os cheiros! Lá, o Carlos é para lá de VIP, é queridíííííssimo, e as senhoras que atendem fizeram o maior escarcéu quando ele apareceu, sapecaram beijinhos nele e em mim, me disseram que quando eu voltasse à loja, eu dissesse apenas que era a "amiga do Carlos" – um "Abre-te Sésamo!".

Quase ao lado, está a filial do bairro da "Dalloyau" (http://www.dalloyau.fr/), chocolateria, confeitaria, delicatessen e rôtisserie de mais de 300 anos, outra suprema tentação à qual eu não resistiria nos dias seguintes. Também ali, Carlos me apresentou ao Gerente, garantindo que eu fosse bem atendida em minhas inevitáveis futuras visitas.


Seguimos vitrinando ziguezagueando pela área até que, chegando no Blvd. St. Germain, entramos na "Fragonard" (http://www.fragonard.com/), famosos perfumistas de Grasse, no Sul da França (estive lá com minha mãe quando tinha 15 anos), que hoje vendem mil ítens de desejo em suas lojas: paninhos, cheirinhos, louças, acessórios - a vontade é levar a loja toda. Não cheguei a tanto, mas dias depois, esvaziei os bolsos ali...

Ao final do tour, resolvemos emendar e jantar cedo, programa que afinal transformou-se em nova "noitada"...!

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